Atenção: o texto a seguir possui spoilers da trilogia Jogos Vorazes, inclusive do último livro, A Esperança.
Dando continuidade a série de novas seções aqui no D13, hoje estréia as “reportagens especiais” que traz textos interessantes relacionados ao universo de Jogos Vorazes, que nem todos viram.
Para começar, temos uma matéria que saiu no jornal The New York Times emabril do ano passado. Nela é possível encontrar várias informações interessantes sobre a autora Suzanne Collins, como, por exemplo, a influência da vida militar, vinda através de seu pai, na sua vida em seus livros. Além disso, a matéria ainda apresenta o caso da comparação entre Jogos Vorazes e o livro japonês Battle Royale. Por fim, o texto traz algumas informações sobres os possíveis novos trabalhos de Suzanne.
O link da matéria original se encontra aqui. Já a tradução segue abaixo.
Histórias de guerra de Suzanne Collins para crianças
Por Susan Dominus | Publicado em 8 de abril de 2011
Em 2009, a agente literária Rosemary Stimola sentou-se para ler A Esperança, o terceiro, altamente esperado livro de uma trilogia super popular de romances jovens adultos, de Suzanne Collins. Stimola, que agencia Collins, leu avidamente até chegar a um dos últimos capítulos, no qual um bombardeamento mata milhares de civis no meio de uma guerra revolucionária, incluindo uma inocente e amada jovem personagem de partir o coração. O livro era, então, um arquivo de computador, não o sucesso que se tornaria no seu lançamento em agosto. Mudanças ainda poderiam ser feitas. Stimola pegou o telefone e ligou para Collins.
“Não!” Stimola gemeu. “Não faça isso.”
Ela estava reagindo como leitora, não uma consultora de carreira, mas talvez em sua mente ela estivesse imaginando as emoções que a reviravolta na história poderia provocar nos jovens fãs do livro: depressão ao invés de inspiração, desolação ao invés de triunfo. A capacidade da literatura jovem adulta de passar mensagens obscuras vem crescendo desde o início dos anos 70, mas essa perda pungente parecia quase insuportável.
“Oh, mas tem que ser,” Collins disse a ela. Stimola, parafraseando, relembrou a explicação que Collins lhe deu ao telefone: “Isso não é um conto de fadas; é uma guerra, e na guerra, há perdas trágicas que devem ser sofridas.”
Collins, 48 anos, mãe de dois filhos, passou boa parte de sua vida adulta escrevendo para televisão infantil, sonhando com enredos para programas como Wow! Wow! Wubbzy! um desenho da Nick Jr para crianças pré-escolares. Mas na trilogia Jogos Vorazes, ela revelou uma imaginação desmedida para sofrimento e brutalidade. Os livros justapõem a fantasia futurística de uma capital reluzente e tecnológica e uma vida industrial primitiva nos doze distritos quase mortos de fome que ela controla. Em um ritual conhecido como Colheita, dois adolescentes de cada um desses distritos oprimidos são escolhidos na sorte para participar dos Jogos Vorazes, um jogo anual televisionado, no qual crianças batalham umas com as outras e com bestas mutantes até a morte, como gladiadores romanos em um concurso de reality-show ostentoso. A heroína da trilogia, Katniss, com 16 anos quando a série começa, tem a angústia de garota forte de uma adolescente de S. E. Hinton e está focada demais em sobreviver para gastar tempo com preocupações familiares de jovem-adultos como grupinhos e paixões. Na primeira página, ela olha para o gato de estimação da família, relembrando, com naturalidade, sua tentativa abortada de “afogá-lo em um balde.” No último livro, ela está liderando uma revolução.
Você poderia prever que adolescentes – que mantém filmes de terror em alta – achariam a trilogia Jogos Vorazes fascinante. Mais surpreendente é quantos adultos, donos de livrarias atestam, compram os livros para eles mesmos ou para lerem com seus filhos. Collins disse que a premissa para Jogos Vorazes veio a ela uma noite, quando ela estava passando por canais e trocou de um reality show para uma cena da guerra no Iraque. Uma evidente crítica à violência, a série torna a guerra profundamente pessoal, forçando os leitores a contemplarem seus próprios papéis como telespectadores insensíveis.
Quando A Esperança surgiu, Jogos Vorazes havia se tornado meio que parte de uma santíssima trindade da publicação, tomando seu lugar ao lado da série de J. K. Rowling, Harry Potter e de Crepúsculo, de Stephenie Meyer. Quando A Esperança foi lançado à meia noite, algumas livrarias mantiveram suas portas abertas para aqueles leitores que não podiam esperar até o dia nascer para descobrir o fim de seus personagens preferidos. Assim que a agitação do último livro se acalmou, especulações sobre a versão em filme de Jogos Vorazes (marcada para sair em março) começaram a crescer. A escolha de Katniss – a qual The Atlantic chamou de “a mais importante personagem feminina na história da cultura pop recente” – inspirou um frenesi de comentários online. No mês passado, quando a Lionsgate anunciou que Jennifer Lawrence (de Inverno da Alma) interpretaria Katniss, tantos fãs com opiniões incendiaram a blogosfera com objeções (muito velha! muito loira!), que o diretor do filme, Gary Ross, deu uma entrevista à Entertainment Weekly assegurando a eles que a própria Collins estava convicta da escolha.
O que Collins acha tem uma enorme importância para os fãs, embora eles raramente ouçam diretamente dela. Collins sempre foi uma pessoa tímida com a mídia, fazendo poucos pronunciamentos públicos, a maioria deles cuidadosamente planejados. Sua representação da mídia em Jogos Vorazes – a câmera é sua inimiga, e a celebridade, uma invenção vazia, até perigosa – é refletida em seu desejo de manter a fama em rédea curta. As leituras de Collins e suas aparições são geralmente fora do alcance de câmeras de televisão, e ela recusa quase toda interação que envolva capturá-la em vídeo. Ela tem um site pessoal surpreendentemente modesto, de baixa tecnologia e nunca foi conhecida por postar no twitter (o que até Judy Blume faz nos dias de hoje). Ela concordou, no entanto, em dar uma rara entrevista nos escritórios de sua editora, Scholastic, onde ela se sente mais confortável.
Uma pequena mulher com traços finos e cabelo longo e flutuante, Collins é confiante e divertida pessoalmente, não demonstrando nenhuma da séria ansiedade de suas entrevistas gravadas. A história de sua vida pode ser menos dramática do que os contos dos-trapos-à-riqueza de Rowling e Meyer – nenhuma delas publicou nada antes de seus sucessos – mas como elas, ela passou boa parte de sua vida em relativa obscuridade. Filha de um militar, cuja família se mudava frequentemente, ela conheceu e depois casou com um ator, Cap Pryoy, na Universidade de Indiana e chegou a Nova York com 25 anos para trabalhar em seu mestrado de Belas Artes em escrita dramática na Universidade de Nova York. Após a formatura, ela começou a escrever para televisão infantil, se tornando escritora principal de Clifford. Sem muito espaço depois que eles tiveram filhos (um menino, com agora 17 anos e uma menina, com agora 11), Collins e Pryor saíram de Manhattan para Connecticut. Lá, encorajada por uma amiga, Collins escreveu o primeiro livro da sua primeira série para crianças, The Underland Chronicles. Acompanha as aventuras de um garoto, Gregor, levado a um mundo de insetos gigantes e vida animal lutando por supremacia abaixo da superfície de Nova York. Quando foi publicado, Collins já tinha 41 anos.
A mudança de escrever sobre um cachorro vermelho gigante para escrever sobre armamento e estratégias militares pode parecer inesperada, mas ela estava se baseando em anos de escola informal no assunto guerra. Seu avô foi intoxicado por gás na Primeira Guerra Mundial, e seu tio tem ferimentos causados por estilhaços na Segunda Guerra Mundial. Algumas das memórias mais antigas de Collins são de jovens em uniformes treinando em West Point, onde seu pai, que mais tarde tornou-se tenente coronel, estava emprestado da Força Aérea, ensinando história militar.
Em 1968 a família mudou-se para Indiana. Foi no ano em que Collins fez 6 anos. Foi também o ano em que seu pai foi servir o exército no Vietnã. A guerra era uma assunto preferido do seu pai; e a guerra, ela entendeu quando jovem, determinava o destino de sua família. “Se seu pai é convocado e você é tão jovem, você passa o tempo todo se perguntando onde eles estão e esperando que eles voltem pra casa,” ela disse. “Quando o tempo passa e a ausência é maior e maior, você fica cada vez mais preocupada – mas você não tem bem as palavras para expressar sua preocupação. Existe apenas essa ausência contínua.”
Apesar da ficção jovem adulta frequentemente dispensar cuidadores para dar a seus personagens controle de suas próprias vidas, a ansiedade provocada pela falta de um dos pai parece particularmente essencial na ficção de Collins: Gregor the Overlander começa com um jovem garoto ansiando por um pai misterioso. Em Jogos Vorazes, fica logo claro que a morte do pai de Katniss a forçou a assumir o desconfortável papel de provedora da família. As repercussões vitalícias do serviço do pai de Collins no Vietnã também deram a ela uma perspectiva que abastece uma mudança–chave no roteiro de A Esperança, que mostra a luta de um personagem para se recuperar de memórias torturadas de violência. (Nesse caso, as memórias são falsas, criadas por um inimigo que as planta em sua cabeça.) Collins disse que seu pai voltou do Vietnã enfrentando “pesadelos, e que duraram sua vida toda.” Quando criança, ela acordava, às vezes, com o som dele gritando durante esses sonhos dolorosos.
Cinco anos apos o retorno de seu pai, a Força Aérea mudou a família para Bruxelas, onde ele teve a oportunidade de educar seus filhos com o passado violento da região. Nenhum monumento ou campo de batalha passava despercebido. “E isso era na Europa, que é um gigante campo de batalha,” disse Collins. Um passeio em família a um castelo, que ela imaginava que seria “mágico como um conto de fadas”, se tornou uma aula de fortalezas. “Meu pai me afastando do passeio para me mostrar onde eles derramavam o óleo fervente, onde ficavam as fendas de flecha. E aí você só pensa, espera um instante!” Ela riu. “Não era isso que eu tinha em mente.” Ela atirou os braços no alto, suspirando alto, imitando sua versão de 13 anos. “Eu devia ter percebiiiiiido,” ela gemeu.
Um campo de papoulas ao lado de fora da casa da família perto de Bruxelas pareceu para Collins uma imagem que tinha saído de O Mágico de Oz – até que seu pai recitou In Flanders Fields, um poema da Primeira Guerra Mundial contado da perspectiva de um soldado enterrado em um campo de papoulas. (Fãs de Jogos Vorazes podem imaginar se o Tordo, um pássaro mutante que se torna o símbolo da revolução, se originou do pássaro que aparece em destaque no poema: “As cotovias, ainda cantando bravamente, voam/Pouco ouvidas entre as armas abaixo.”) Na sala de conferência da Scholastic, Collins recita o verso, lenta e gravemente, como sem dúvida seu pai fez um dia, então pausa para um efeito dramático. “Boom!” ela disse. “Ok, então esse momento fica transformados, porque agora estou olhando para aquele campo e imaginando se era um cemitério.” Sombria como eram os ensinamentos espontâneos de seu pai, ela nunca se ressentiu deles. “Ele era muito interessante, felizmente. Meu Deus, teria sido um inferno se ele não fosse.”
Em Jogos Vorazes Collins acolhe o impulso de seu pai de educar jovens sobre as realidades da guerra. “Se esperarmos demais, que tipo de expectativas podemos ter?” ela disse. “Achamos que estamos protegendo-os, mas o que estamos fazendo é deixando-os em desvantagem.” Mas seu remédio desce facilmente, graças a cliffhangers, amantes desafortunados e os tipos de detalhes que criam um universo completamente formado. Collins trabalho por dias na construção das arenas de Jogos Vorazes, analisando vídeos de Rambo para ajudá-la a visualizar o uso de armas como arcos.
Alguns críticos resmungaram que Collins favorece muitas distrações – incluindo excessivas descrições de roupas que demonstram sua crítica de ideais excessivos de beleza. Mas ela sabe quando quebrar a tensão com pura fantasia. Seu ritmo é preciso e cruel, ainda que ela saiba o quanto pode torcer a faca – e quanto derramamento de sangue está dentro de limites toleráveis. “O garoto do Distrito 1 morre antes de poder tirar a lança,” observa Katniss em sua presa em uma cena. “Minha flecha perfura profundamente o centro de seu pescoço. Ele cai de joelhos e gasta o breve resto de sua vida arrancando a flecha e se afogando em seu próprio sangue.” Em Jogos Vorazes a violência está dentro de um mundo de nuances psicológicas: até mesmo os jovens lutadores mais odiosos e sanguinários são claramente vítimas da programação e treinamento que receberam durante os anos que passaram se preparando para os jogos. Em O Senhor das Moscas, as crianças estão em uma queda livre amoral; em Jogos Vorazes, jovens, até mesmo os assassinos, são em sua maior parte inocentes, criações da crueldade dos adultos ou vítimas da fraqueza dos adultos frente ao poder.
Escrevendo no The New Yorker ano passado, Laura Miller sugeriu que Jogos Vorazes é mais coerente quando lido como “uma alegoria delirante da experiência social adolescente”: tudo não parece com vida ou morte no campo de batalha conhecido como a lanchonete do ensino médio? Muitos dos fãs de Collins sem dúvida vêem Jogos Vorazes por esse prisma (um dono de livraria infantil me disse que os livros seriam uma boa ferramenta para os professores falarem sobre popularidade). Para pais protetores, ler Jogos Vorazes como uma alegoria da adolescência em vez de guerra pode ser mais confortável. Mas essa não é uma teoria que atrai Collins. “Não escrevo sobre adolescência,” ela disse. “Escrevo sobre guerra. Para adolescentes.”
A ficção de Collins inevitavelmente ecoa outras literaturas distópicas em que os estados sujeitam seus cidadãos a novas formas de opressão, como 1984 de George Orwell ou Handmaid’s Tale de Margaret Atwood. Ainda mais pronunciadas são as semelhanças entre Jogos Vorazes e Battle Royale, um romance japonês publicado em 1999. Cada livro envolve os jovens selecionados de forma aleatória e coloca uns contra os outros em um jogo de sobrevivência encenado por autoridades tirânicas. Os paralelos são marcantes o suficiente para que o trabalho de Collins fosse atacado na blogosfera como uma mentira deslavada roubada. Os autores compartilham um interesse comum nos mecanismos de controle estatal, mas suas agendas claramente divergem. Battle Royale é um estudo mais deliberado da adolescência, as suas selvagerias e posturas adolescentes. “Você se tornou um garanhão”, uma menina morrendo diz ao colega que a embala em seus braços. Quando foi publicado, Battle Royale brincou com os medos do Japão sobre o aumento da violência juvenil; os heróis de Collins são, se alguma coisa, modelos de responsabilidade. Quando eu questionei Collins se ela tinha tirado de Battle Royale, ela ficou perturbada. “Eu nunca tinha ouvido falar desse livro ou desse autor ou até que meu livro foi entregue. Naquele momento, foi mencionado para mim, e eu perguntei ao meu editor se eu deveria lê-lo. Ele disse: ‘Não, eu não quero esse mundo em sua cabeça. Basta continuar com o que você está fazendo.’” Ela ainda tem que ler o livro ou ver o filme.
Há fontes suficientemente possíveis para a linha de enredo que os dois autores poderiam muito bem ter atingido na mesma configuração básica de forma independente (reality-shows abusivos chegaram ao Japão antes que eles chegassem nos Estados Unidos). Como sua principal influência, Collins, que tem um amor por peças clássicas, frequentemente cita o mito grego de Teseu e do Minotauro, no qual o povo de Atenas é obrigado por seus adversários de Creta a oferecer até sete rapazes e sete moças para o sacrifício mortal ao Minotauro, um monstro meio humano que vive em um labirinto. “Eu também fui fortemente influenciada pela figura histórica de Espártaco”, disse ela. “Katniss segue a mesma curva de escrava a gladiadora ao rebelar-se para enfrentar uma guerra.”
Battle Royale não apresenta um precedente interessante em um aspecto. Quando foi adaptado para um filme no Japão, em 2000, políticos denunciaram a sangrenta violência juvenil-a-juvenil, mesmo que a academia de cinema japonês o tenha indicado para quase todos os prêmios de prestígio. Os criadores do filme Jogos Vorazes esperam evitar uma controvérsia semelhante. O diretor, Gary Ross, prometeu que será seguro para os espectadores tão jovens como 12 anos. Mas uma coisa é descrever derramamento de sangue em papel, outra é fazer isso em filme. Collins foi contratada para escrever o roteiro original. Ross, cujos filmes incluem Quero Ser Grande e A Vida em Preto e Branco, completou o tratamento final, consultando bastante Collins. Em fevereiro, ela voou para Los Angeles para discutir cenários, figurinos e mudanças no roteiro. Embora muitos diretores possam achar tal colaboração opressiva, Ross parece acolher bem isso. Quando Collins, olhando para um design de cenário, apontou que o edifício de governo em uma praça da cidade precisava aparecer com mais destaque – como um símbolo mais evidente do poder – Ross concordou. Collins foi incluída nas discussões do elenco também. “Eu quero que ela esteja no set tanto quanto possível”, disse Ross. “Eu gostaria de tê-la ao meu lado todos os dias.”
Enquanto Collins estava trabalhando no primeiro livro de The Underland Chronicles, ela passou horas no telefone com seu pai, esboçando alianças estratégicas que fariam sentido militar. “Nós tínhamos duas superpotências, os humanos e os morcegos”, disse ela, “mas os seres humanos eram dependentes da aliança com os morcegos, porque então eles se tornaram combatentes aéreos.” Seu pai morreu antes do primeiro livro ser publicado, mas ele continua a exercer uma influência na sua escrita. O projeto que ela está explorando mais ativamente agora é um livro infantil com base no ano que ele estava servindo no exterior. Seu trabalho mais autobiográfico até o momento, usará os nomes dos membros de sua família; ilustrações serão baseadas em fotografias de família daquela época. “Eu quero fazer especificamente neste livro, primeiro como uma espécie de memorial para meio que honrar esse ano para a minha família, e segundo, porque eu sei que tantas crianças estão vivenciando isso agora – ter pais em serviço militar”, disse Collins. “E é uma maneira que eu gostaria de experimentar e comunicar minha própria experiência com elas.”
Collins também está pesquisando uma outra série para jovens adultos (normalmente cautelosa, ela não falou mais). Quanto à mudança na fortuna da sua própria família, ela disse que tem sido lenta para sentir isso, por causa da forma como os pagamentos são estruturados na publicação. Por enquanto, ela parece planejar fazer tanto quanto ela puder para evitar tornar-se alguém que seria, Deus me livre, reconhecida na rua. “Eu não sou uma pessoa muito chique”, disse ela. “Eu tenho sido uma escritora por muito tempo, e agora Jogos Vorazes está recebendo muito foco. Isso vai passar. O foco será em outra coisa. Isso vai mudar. Isso sempre muda. E isso parece muito bom.”
Vindo da maioria dos autores, isso pode soar como modéstia obrigatória. Vindo de Collins, isso soa como se ela conhecesse sua história.
E vocês, o que acharam do texto?