Lançado no último dia 19, o mais novo volume da série Jogos Vorazes, A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, já aparece em 2º lugar em lista semanal da PublishNews de livros mais vendidos do Brasil, sendo o 1º na categoria infantojuvenil.
A prequel também está em 1º lugar na lista dos infantojuvenis mais vendidos da semana da revista Veja e do O Globo.
Além disso, a Veja publicou online um artigo no qual tece comentários sobre a obra. Leia abaixo um trecho da crítica, que fará parte da edição n.º 2.693 da revista impressa.
Novo Jogos Vorazes investiga a natureza humana pela ótica do vilão
“[A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes] retoma a sedutora franquia, distopia juvenil que não subestima o leitor.
Ao iluminar o vilão, a autora repete uma fórmula eficaz na ficção pop — a saga Star Wars é um exemplo disso, ao mostrar o jovem Darth Vader sendo seduzido pelo lado sombrio da Força. São roteiros que tomam emprestada da filosofia uma velha dúvida sobre a natureza humana: seria o homem mau em sua origem ou um produto do meio em que vive? A questão ganha cores peculiares na prosa de Suzanne, que envolve os leitores com criatividade e profundidade, características que a elevam a um patamar de qualidade alcançado por poucos escritores juvenis, como o irlandês C. S. Lewis (1898-1963) e seu filosófico As Crônicas de Nárnia, e a inglesa J. K. Rowling, com a saga do bruxo Harry Potter. Assim como os dois autores, Suzanne ousa tocar em temas espinhosos sem subestimar os jovens. Em seus livros, romances pueris e ansiedades típicas da adolescência se mesclam à abordagem bem informada de temas como autoritarismo, violência e desumanização, tudo embalado com referências que vão da mitologia grega à teoria política.
Não era esperado que, aos 57 anos, ela voltasse a beber do sucesso passado (embora, claro, seja absolutamente humana a tentação de lucrar com uma obra tão bem-sucedida). Mas ela o faz com dignidade. Para que o leitor se interesse pelo jovem Snow, Suzanne realça o charme do vilão sem ocultar sua índole egoísta. Ao redor dele, supremacistas tratam os distritos como ʽescóriaʼ. Duas bússolas morais puxam Snow e o leitor para o que é correto: Sejanus, amigo contrário aos Jogos, e Lucy Gray Baird, oriunda do paupérrimo Distrito 12 e a quem Snow é incumbido de ser mentor. Artista circense, a jovem adiciona cor ao livro e enfeitiça o futuro ditador. Ainda que a circunstância seja outra, a força que move Jogos Vorazes continua a mesma: a fome de viver.”
Publicada originalmente por Raquel Carneiro, confira a íntegra aqui.
Confira também excertos das impressões do Omelete e do O Estado de S. Paulo, respectivamente, acerca da história:
Vale a pena ler A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes?
“Quando Suzanne Collins anunciou que lançaria um novo livro de Jogos Vorazes com uma história anterior à de Katniss, os fãs ficaram empolgados. Será que ela mostraria os Jogos de Finnick Odair ou o Massacre Quartenário vencido por Haymitch Abernathy? A escolha não poderia ser mais improvável quando foi anunciado que A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes contaria a história de ninguém menos do que Coriolanus Snow. No entanto, ao contrário do que muitos podem imaginar, o livro não comete o erro de tentar fazer com que os fãs gostem de Snow e funciona mais como um retrato de quem ele era e quem se tornou.
Suzanne Collins acerta bastante ao dar menos destaque ao conflito em si (…), deixando bastante espaço para mostrar a mente dos Idealizadores dos Jogos antes do evento em si e também mostrando a vida de Snow e as consequências após o anúncio do vencedor. Ao fazer isso, a publicação cria uma linha do tempo interessante para quem viu os primeiros livros e filmes e fica fácil imaginar como os Jogos foram de um evento precário em uma arena de eventos, ao acontecimento grandioso mostrado na trilogia principal.
A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes traz ainda pontos curiosos para os fãs da franquia Jogos Vorazes. Além da ideia de tornar os Jogos mais grandiosos e um programa obrigatório nos distritos, a publicação mostra a ligação de Snow com as rosas, um ponto marcante na trilogia principal, seu envolvimento com o Distrito 12 e como Katniss Everdeen e o símbolo do tordo lhe despertaram memórias ruins.
Ao chegar ao final da publicação, fica o sentimento de que Suzanne Collins cumpriu seu objetivo ao revelar todas as nuances do personagem. (…) Após terminar o livro, surge uma vontade de revisitar tanto os livros quanto os filmes da franquia principal e, talvez, esse seja o momento certo para isso.”
Publicada originalmente por Camila Sousa, confira a íntegra aqui.
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Fome de poder em Jogos Vorazes com novo livro da série
“A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é mais do que a história da origem do presidente Snow. É sobre fome — não só de alimentos para sobrevivência, mas de poder. É sobre entender qual é o seu papel na manutenção da ordem e da paz, mesmo que esta segunda não seja uma realidade para todos.
Mais uma vez, Suzanne Collins usa sua habilidade de escrita e de criação de personagens complexos para trazer à superfície questões sociais que cercam toda a humanidade e, com isso, faz com que pessoas do mundo inteiro se conectem com as suas histórias, mesmo que sejam situadas em um universo distópico. Em tempos tão difíceis, a realidade de Panem não parece tão distante assim.”
Publicada originalmente por Carla Menezes, confira a íntegra aqui.
Ainda nesta última matéria, o Estadão também entrevista David Levithan, editor americano da quadrilogia, que fala sobre o que sentiu ao ler o livro, sobre a atemporalidade da obra, sobre o interesse de Suzanne Collins na forma como o poder funciona, e muito mais. Não deixe de ler!
E aí, já comprou o seu A Cantiga? A prequel está à venda na Amazon, numa promoção de R$ 59,90 por R$ 52,29.
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Texto por Pedro Henrique Ribeiro de Oliveira
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