[Entrevistas] Nina Jacobson fala sobre “Jogos Vorazes”, Color Force e mais

Nina Jacobson, produtora de Jogos VorazesEm Chamas e dos filmes restantes da série, concedeu uma entrevista a Forbes em julho de 2011, quando Jogos Vorazes estava sendo gravado na Carolina do Norte. E foi essa entrevista que escolhemos para a seção mensal de entrevistas do D13. Você pode conferir as duas anteriores clicando aqui e aqui.

O interessante é que, na entrevista, Nina não comenta apenas sobre Jogos Vorazes, mas sim sobre toda a sua carreira e principalmente sobre sua empresa, batizada de Color Force porque é um termo da física quântica para a força invisível que mantém juntas coisas que querem se afastar. Para quem não sabe, a Color Force é responsável pela produção de Jogos Vorazes, em parceria com a Lionsgate.

Além do mais, você também pode conferir abaixo diversas curiosidades sobre a Jacobson, como seu envolvimento com franquias de sucesso como As Crônicas de Nárnia, Diário de um Banana e Piratas do Caribe, graças ao seu cargo na Disney.

Confira abaixo, sem mais delongas, a entrevista traduzida na íntegra pela equipe do D13. A entrevista em inglês pode ser lida aqui.

A mulher por trás dos filmes de Jogos Vorazes

Por Dorothy Pomerantz | Publicada em 4 de julho de 2011

Há dois tipos de grandes executivos de Hollywood: os que acham que terão seus empregos para sempre e os que sabem que não terão. O produtor Jerry Bruckheimer disse isso a Nina Jacobson no dia em que ela foi nomeada co-presidente do Walt Disney Motion Picture Group em 1999 aos 34 anos. Mas ela ainda estava surpresa quando sete anos após assumir a presidência da Disney, ela estava do lado derrotado de uma das demissões mais cruéis da história de Hollywood. Depois de supervisionar filmes de sucesso como os primeiros Piratas do Caribe e As Crônicas de Nárnia, Jacobson foi demitida por telefone em uma confusão política no estúdio enquanto sua parceira estava dando à luz o terceiro filho do casal.

“Esta deveria ser uma história inventada, mas não é”, ri Jacobson durante um café em um dia cinza em Los Angeles.

Jacobson pode sorrir agora porque a ex-executiva está atualmente com uma das propriedades mais quentes de Hollywood: os direitos de fazer filmes baseados nos livros de Jogos Vorazes, uma trilogia sobre uma jovem na América do futuro onde crianças são enviadas para massacrar umas às outras na televisão. Fanáticos pré-adolescentes compraram 8,2 milhões de cópias dos três livros. O primeiro filme, que pode ter a potencial bilheteria dos filmes de Crepúsculo, está previsto para estrear nos cinemas daqui a um ano. Jacobson também possui os direitos da série Diário de um Banana (o segundo filme recentemente liderou as bilheterias com um fim de semana de estreia de 24 milhões de dólares). Ela está fazendo o que poucos executivos demitidos de Hollywood fazem nos negócios.

Depois de ser demitida, Jacobson aceitou uma oferta de Steven Spielberg para se estabelecer na DreamWorks. Ela chamou sua empresa de Color Force, um termo da física quântica para a força invisível que mantém juntas coisas que querem se afastar.

Em 2007, um amigo no estúdio News Corp da Fox 2000 mostrou a ela o livro Diário de um Banana. O primeiro livro estava vendendo bem, mas não era o fenômeno que a série infantil se tornou hoje. (Há 47 milhões de cópias impressas dos cinco livros.) Na época, poucas pessoas estavam competindo pelos direitos porque os livros, escritos como um diário, pareciam quase impossíveis de traduzir como filmes. Jacobson viu um jeito contando a história como um “bromance” entre dois garotos entrando no sexto ano. Jacobson levou-o para a Fox 2000. O primeiro filme chegou aos cinemas em março de 2010 e arrecadou 75 milhões de dólares com um orçamento de aproximadamente US$ 15 milhões.

Jacobson também chegou cedo a Jogos Vorazes. Quando leu pela primeira vez, apenas 150 mil cópias do livro haviam sido vendidas. “Quando parei de ler, estava obcecada com o livro e com a ideia de que eu precisava produzir o filme”, disse Jacobson. Então ela pediu à autora Suzanne Collins para que a desse os direitos dos livros. Nenhum estúdio estava competindo pela compra dos direitos, mas Jacobson ganhou de vários outros produtores. “Ela era extraordinariamente apaixonada pelo material”, diz Collins. “Ela tinha os mesmos medos que eu sobre as formas como poderia ser mal usado”.

Alguns estúdios o dispensaram principalmente por causa do risco de um filme que envolvia tanta violência contra e praticada por crianças. Mas a pequena Lionsgate deu um salto, pagando menos de 1 milhão de dólares. Serão gastos aproximadamente US$ 60 milhões para produzir o primeiro filme. Jacobson trouxe Jon Kilik a bordo, produtor de filmes como Babel e O Plano Perfeito para ajudá-la a produzir os filmes. Ela receberá parte da bilheteria e ficou muito feliz por não estar em um grande estúdio.

“Espero que isso traga mais oportunidades”, diz Jacobson. “Quero que a próxima J.K. Rowling diga: ‘quero a Color Force porque eles vão me fazer justiça’”.


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