Diretor Francis Lawrence fala sobre adaptação de “Em Chamas” ao Los Angeles Times

O diretor de Em Chamas e das duas partes baseadas em A Esperança, Francis Lawrence, concedeu recentemente uma entrevista ao Los Angeles Times, na qual o processo de adaptação do segundo filme de Jogos Vorazes é comentado.

Além disso, o texto também fala sobre os desafios de condensar um roteiro de 143 páginas em uma película de duas horas, 26 minutos e 18 segundos e, ainda assim, se manter fiel ao livro originalmente escrito por Suzanne Collins.

Confira abaixo essa entrevista interessantíssima na íntegra, já traduzida pela equipe do D13:

Jogos Vorazes: Em Chamas: Francis Lawrence se adapta à vida em Panem

A cor não estava terminada. Os efeitos visuais não estavam completos. A trilha, temporária. Mas ainda assim esses detalhes pareciam ser de poucas consequências para o diretor Francis Lawrence, que escolheu um belo dia de verão para abrir sua ilha de edição para mostrar seu trabalho em progresso, Jogos Vorazes: Em Chamas.

Enquanto outros produtores e diretores poderiam estar estressados com o trabalho a ser feito em um filme tão esperado – além da pressão inerente de assumir uma franquia adorada – o diretor austríaco de 42 anos felizmente emendou cena com cena da heroína Katniss Everdeen encarando as repercussões de ter manipulado um jogo mortal sancionado pelo governo no primeiro filme.

Vestido casualmente com uma camisa azul de botões, jeans e tênis, Lawrence está relaxado, até mesmo um pouco empolgado com a filmagem – um fanboy que ganhou as chaves do reino.

“Eu realmente me agarrei aos temas gerais dos livros, e fiquei empolgado por crescer e criar esse mundo e escalar novas pessoas,” disse Lawrence.

Mas condensar um roteiro de 143 páginas em um filme de duas horas e 15 minutos pede por decisões difíceis. “É um verdadeiro desafio manter tudo dentro,” reconheceu Lawrence. “Há algumas cenas que ficaram de fora.”

Sua disposição otimista está bem distante de abril de 2012, quando ele estava esperando para saber se tinha conseguido o cobiçado emprego de substituir o diretor de Jogos Vorazes Gary Ross como o guia da série. Ross havia deixado a sequência abruptamente, culpando limites irreais de tempo da Lionsgate, mesmo que o primeiro filme ainda coletasse o dinheiro das bilheterias (ele chegou a arrecadar mais de 400 milhões de dólares nos EUA).

Lawrence, mais conhecido por seu trabalho no filme estrelado por Will Smith Eu Sou a Lenda e pelo recente Água para Elefantes, foi escolhido para o trabalho. O segundo filme da série era uma chance de expandir um mundo que já significava muito para muitas pessoas, e Lawrence especificamente se conectou com os temais gerais da autora Suzanne Collins sobre as consequências da guerra. (Lawrence também está a bordo da direção dos próximos dois filmes, Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 e Parte 2.)

Em Jogos Vorazes: Em Chamas, Katniss (interpretada por Jennifer Lawrence, sem parentesco com o diretor) deve lutar com seu tempo na arena, onde ela foi forçada a matar outros adolescentes ou ser morta. Suas ações rebeldes, sendo mais esperta do que os mestres do jogo e que os comandantes da nação, deram início a conversas sobre revolução entre os cidadãos oprimidos de Panem, fazendo o Presidente Snow (Donald Sutherland) trazer Katniss e antigos vencedores do entretenimento selvagem de volta à arena dos Jogos Vorazes para lutar novamente.

Quando Lawrence foi contratado para dirigir, o estúdio Lionsgate tinha uma difícil data de início a apenas 20 semanas dali. Mas ele achou que o roteiro original, que Ross passou para o escritor Simon Beaufoy (Quem Quer Ser um Milionário?), estava muito longe do texto original de Em Chamas. Então ele e Collins passaram um fim de semana em Nova York observando atentamente o livro, criando um rascunho de todos os momentos que a dupla queria acertar no filme – os efeitos pós-guerra, incluindo o estresse pós-traumático sofrido por Katniss, seu colega sobrevivente Peeta Mellark (Josh Hutcherson) e seu mentor Haymitch (Woody Harrelson).

Com o rascunho em mãos, o par trouxe o roteirista vencedor do Oscar Michael Arndt para retrabalhar o roteiro e inventar novas cenas que articulassem as maquinações entre Snow e seu novo Idealizador-Chefe dos Jogos, Plutarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman).

Junto com um orçamento de 140 milhões de dólares (muito maior que os 80 milhões do primeiro filme), o resultado é um filme com um alcance e escala muito maiores que se expande pelos temas da autora Collins e pelo mundo físico de Panem. Lawrence espera que o público responda bem.

“Eu realmente gostei do livro, e realmente quis fazer o livro. Eu não quis reinventar,” ele disse. “Sempre há uma adaptação verdadeira a ser feita quando se está destilando um livro de 400 páginas em um filme de 2 horas, mas acho que todos ficarão muito empolgados.”


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