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Agora, o D13 traz para vocês traduzida a reportagem sobre Sam Claflin da Elle britânica, publicada na edição de novembro da revista. A tradução foi feita a partir dos scans postados pelo SamClaflinFans.com.
Junto com a reportagem, há o vídeo dos bastidores do ensaio fotográfico. Confira-o legendado acima.
Por fim, confira a reportagem:
O Menino Bem Sucedido
Jogos Vorazes está prestes a colocar Sam Claflin entre os grandes. Então, pergunta Kerry Potter, por que ele ainda está fazendo seu próprio chá
Durante uma pausa em sua sessão de fotos da Elle, Sam Claflin – a mais nova paixão de Hollywood, carismático em um terno McQueen azul-elétrico – entra na cozinha bagunçada do estúdio para fazer uma xícara de chá. Ele educadamente recusa ofertas da equipe da Elle para fazê-la por ele. Sem surpresas aí: mais cedo, Claflin me contou como – sendo o afável inglês que ele é – ele luta com o fato de que seu novo status significa que as pessoas fazem de tudo para ajudá-lo. “Sinto-me muito estranho em mandar pessoas fazerem coisas por mim,” ele diz, com um sorriso tímido. “As pessoas dizem, ‘Mas é meu trabalho fazer café pra você.’ Mas eu tenho duas mãos. Posso fazer o meu próprio, assim como não preciso de ninguém para segurar um guarda-chuva sobre mim quando está chovendo.”
Mas esse momento não vai de acordo com o roteiro. Claflin pega uma caneca e para no meio do caminho quando percebe a inscrição nela: “Eu coração EU MESMO”. Ele cai na gargalhada, com seus lábios macios e dentes perfeitos, e declara, “Eu não vou essa aqui!”
Se Sam Claflin realmente se adora, ele disfarça muito bem. Especialmente para um ator que, esse mês, estrela a maior franquia de Hollywood desde Crepúsculo. Ele interpreta Finnick Odair em Jogos Vorazes: Em Chamas, o segundo a ser adaptado da tão popular trilogia de romances fantásticos de Suzanne Collins, que vendeu um total de 50 milhões de cópias só nos EUA.
O primeiro filme foi lançado no começo de 2012, catapultando a atriz independente Jennifer Lawrence para os holofotes globais, graças a sua vez como a heroína portadora de um arco e flecha Katniss Everdeen. Um resumo para os que desconhecem (onde você esteve?): a história se passa em Panem, uma distopia de um futuro próximo. As massas vivem nos 12 distritos; pobres, famintas e reprimidas pelas autoridades da Capital. Como punição por um antigo levante, todos os anos a Capital força cada distrito a fornecer dois “tributos” para participarem nos televisionados Jogos Vorazes. É basicamente um reality show enlouquecido: crianças lutam até a morte em uma arena, e o vencedor é o último vivo. No primeiro filme, Katniss e seu companheiro tributo do Distrito 12, Peeta (Josh Hutcherson), subvertem as regras para serem coroados vitoriosos juntos. No segundo (a ser lançado mês que vem), eles são forçados a participar novamente, e um dos seus competidores é a bela e má máquina de lutar de Claflin, Finnick.
No livro, Katniss descreve Finnick assim: “Um maravilhoso espécime físico. Uma das pessoas mais atraentes e sensuais do planeta.” Sam Claflin se retorce estranhamente na cadeira. “Ha, é, escalação errada!” ele sorri. Essa foi a reclamação de certos setores de fãs de Jogos Vorazes, que tiveram problemas com a escalação de Claflin; ele não era machão o suficiente, musculoso o suficiente, bronzeado o suficiente. “Eu vi as reações das pessoas e algumas foram duras. Não ao ponto de eu querer me matar, mas pensei, ‘Desculpa eu não ser o seu Finnick. Acredite em mim, quando li o livro, eu também não me vi como Finnick!’ ele sorri. “Não me acho tão atraente assim. Eu me lembro de ter me sentado para esperar a audição, lendo a descrição do personagem: 1,80m, bronzeado, musculoso. Eu me senti muito fora de forma; estava com a barba por fazer, cabelo castanho comprido e estava muito pálido. Entrou um outro cara que parecia o Brad Pitt em Thelma & Louise: os músculos, cabelo loiro, um colete. Eu pensei, não vou conseguir esse papel.” Mas aparência não é tudo e Claflin acertou em cheio. “Ele é um personagem muito complexo e você tem que poder interpretar as vulnerabilidades tanto quanto o charme e o carisma. Houve algo que eu fiz na parte da atuação que eles gostaram,” ele diz, dando de ombros.
É impressionante que o homem de 27 anos sentado à minha frente não seja considerado bonito o suficiente – seja por ele ou pelos outros. Ele é, francamente, adorável. Ele é alto, bem cuidado, de ombros largos e braços fortes, tendo mantido bastante de seu físico de Finnick. Ele também é discretamente estiloso, com calças pretas justas estilo pescador da AllSaints e uma blusa de tricô cinza Oliver Spencer. Ele é sociável e ri facilmente. E ele tem todos os motivos para sorrir – apenas quatro anos atrás ele tinha acabado de sair da escola de teatro, passando por infinitas audições, mas não chegando a lugar algum. “Nunca pensei que estaria sentado aqui agora,” ele diz. “É muito surpreendente. Meus amigos usam bastante a frase ‘seu bastardo sortudo’.”
Ele pode até ser sortudo, mas Claflin também é um trabalhador – não se consegue o tipo de papéis que ele está recebendo agora sem ser um. Quando não se vem de uma família bem conectada de atores nem se tem dinheiro, não é possível ser um amador. Ele foi criado em Norwich, um de quatro irmãos; seu pai era contador, sua mãe, uma assistente de ensino. Ele foi para a escola local, onde o futebol era sua vida, e ele era tão bom que jogar profissionalmente era uma opção. Um tornozelo quebrado aos 15 anos pôs um fim nisso e então, entediado com seu gesso, ele entrou no clube de teatro da escola. “Eu gostava de qualquer coisa que significasse que eu não precisaria ler ou escrever,” ele diz. Vencer uma competição escolar de talentos lhe deu mais ânimo e ele entrou para uma companhia local de teatro jovem. “Ao ver os caras mais velhos da companhia se mudando para Londres e indo para a escola de teatro, eu soube que era o que eu queria fazer.”
Ele conseguiu devidamente uma vaga na LAMDA (Academia de Música e Artes Dramáticas de Londres), mas sempre esteve de olho em seu extrato bancário: “Eu trabalhei durante todo o tempo que estive na escola de teatro. Meus pais me ajudavam no que podiam, mas eu sempre quis me sustentar e ter uma boa ideia de que caminho eu queria seguir.”
Seu charme fácil tem servido bastante: as pessoas que trabalharam com ele querem fazer o mesmo novamente. Seu primeiro trabalho, seis meses depois de sair da escola de teatro, foi na minissérie histórica Os Pilares da Terra. “Isso me abriu tantas portas,” ele diz. “No último dia de filmagens, os produtores me ofereceram meu segundo trabalho, um filme para a TV chamado O Futuro Perdido. Aí tivemos uma reunião dePilares e Matthew Macfadyen [colega de elenco] disse que indicaria meu nome para o drama do Channel 4 Any Human Heart, para interpretar uma versão mais nova dele. Aí veio Piratas do Caribe (ele fez o papel de Philip Swift, um missionário) e eles disseram, ‘Acabamos de escalar Ian McShane.’ Eu disse, ‘Oh, acabei de trabalhar com Ian em Pilares,’ e eles disseram, ‘Nós sabemos, e ele fala muito bem de você…’”
Esse foi o grande papel de Claflin – e significou que ele não precisaria passar vários anos dando voltas por aí fazendo participações emEastEnders ou Casualty, como é o rito de passagem de vários jovens atores britânicos. De repente, o garoto de Norwich estava a caminho de Hollywood.
E aí ele virou o tipo de pessoa que pode começar frases com as palavras, “Johnny Depp me disse…” Sua co-estrela de Piratas se apresentou para os pais de Claflin quando eles visitaram o set. A mãe dele perguntou a Depp que conselho ele poderia dar para seu filho e ele respondeu, “Nunca esqueça quem você é ou de onde você veio.” Isso atingiu um ponto: “Eu nunca poderia mudar. Meus amigos e família não me permitiriam.” A seguir, Claflin estrelou Branca de Neve e o Caçador com Kristen Stewart, interpretando William, amigo de infância de Branca de Neve. Durante as filmagens, ele teve uma visão privilegiada do lado ruim da fama: “Kristen, bendita seja, é a pessoa mais observada de todos com quem trabalhei. Ela sentia que tinha que se esconder. Me sinto mal por ela, sabendo como ela e Rob [Pattinson] devem ter precisado viver.”
Falando em Pattinson, como Claflin se sente com a comparação? O ator tem aproveitado – ou talvez tolerado – o status de arrasador de corações que veio com o fato de ter interpretado Edward Cullen nos filmes de Crepúsculo, e a vez de Claflin como Finnick Odair parece pronta para lançá-lo à mesma órbita. Claflin é cauteloso: “Ele é um ator melhor! Não sei o que esperar. Estou aberto a mudanças, mas não quero parecer muito ansioso.” Ele diz que sua esposa, a atriz Laura Haddock – a maravilhosa de The Inbetweeners: O Filme – com quem se casou no início desse ano, tem mais perspectivas para sua carreira: “Ela tem mais esperanças para mim como ator, ela consegue ver o que está acontecendo na minha vida. Ela disse, ‘Tem certeza de que quer se casar? Um monte de meninas vão enlouquecer.’ Eu disse, ‘Claro que quero!’ Não me envolvi com Jogos Vorazes para ficar famoso, e sim porque gostei do primeiro filme e dos atores que ele atraiu.”
O lançamento pós-Jogos Vorazes de Claflin será The Quiet Ones, um filme de terror sobrenatural. Noite passada ele terminou de gravar Love, Rosie – uma adaptação de um romance de Cecelia Ahern – em Dublin, e hoje, em Londres, ele começa a trabalhar em Posh, uma adaptação cinematográfica de uma peça sobre um grupo de alunos de Oxford super-privilegiados. Com um estilo de vida tão itinerante, como ele sustenta seu relacionamento com Haddock, de 27 anos? Eles vivem juntos na região oeste de Londres, mas ele raramente está em casa. “É difícil passar mais do que algumas semanas sem nos vermos. O máximo que ficamos separados foi um mês e foi bem difícil,” ele diz. “Toda vez que eu volto para casa em Londres, ela é uma distração – quero beber vinho e comer coisas boas quando estou com ela. Mas nos falamos muito no Skype. Nosso relacionamento começou no Skype, então sempre foi assim.”
Ele a conheceu em uma audição e ficou maravilhado ao descobrir que eles tinham o mesmo agente. Ele ficou menos maravilhado quando esse agente lhe contou que ela tinha um namorado. Naquela noite, ele ia sair com uns amigos e pegou o primeiro metrô pra casa às 5 da manhã. Quando ele chegou em sua estação, as portas se abriram e lá estava ela na plataforma. Como um De Caso com o Acaso da vida real. Eles começaram a bater papo no Facebook, o namorado dela foi deixado de lado e depois de alguns meses, tiveram seu primeiro “encontro” – via Skype, ele em Los Angeles, ela na Escócia. “Era aniversário dela, então nós dois compramos champanhe. Conversamos por oito horas direto.”
Algumas semanas depois, ele a persuadiu a voar para LA para vê-lo, encontrou-a no aeroporto, beijou-a e foi isso. Três anos depois, e ele ainda está verdadeira, louca e profundamente apaixonado. “Conhecer Laura tirou meus pés do chão. É revigorante, me deixa atento. Passamos muito tempo sentindo falta um do outro, o que é uma boa sensação. E ela é compreensiva, porque ambos trabalhamos na mesma indústria. Se fizéssemos planos para esse fim de semana e aí eu tivesse que ir para LA encontrar Steven Spielberg, ela entenderia.” E você também. Ele é um marido tão prestativo que até vai às compras e espera sentado pacientemente em provadores. “Sou muito interessado em moda. Normalmente estou de jeans, camiseta e All Star, mas para o tapete vermelho tenho explorado McQueen, Prada e Armani. Estou começando a ter uma ideia do que cai bem em mim.” Ele termina seu chá, mostra suas covinhas uma última vez, então segue para a chuva. E ninguém segura um guarda-chuva sobre sua cabeça.