Philip Seymour Hoffman (Plutarch Heavensbee) fala sobre “O Mestre”

Philip Seymour Hoffman, ator que dará a vida ao Idealizador-chefe Plutarch Heavensbee, concedeu uma entrevista ao L.A. Times comentando sobre seu novo filme O Mestre, cuja participação lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.

Entre outros assuntos, Hoffman aborda sua amizade com o diretor Paul Thomas Anderson e os filmes dirigidos pelo amigo que teve o prazer de participar. Ainda, revela o orgulho que sente da sua profissão, dizendo “se sentir muito sortudo” de ser ator.

Leia abaixo a entrevista na íntegra traduzida pelo D13:

Os Opositores: Philip Seymour Hoffman aperta duas gravatas em “O Mestre”.

Como amigo de longa data do diretor de “O Mestre” Paul Thomas Anderson, Hoffman apreciou trabalhar em um filme com ele de novo. Como o personagem Lancaster Dodd, Hoffman trabalhou bem e de perto com Joaquin Phoenix, cujo personagem Freddie Quell desenvolve uma intensa amizade com Dodd.

Selecionar Philip Seymour para o papel de Lancaster Dodd em O Mestre com certeza não foi um problema para o diretor Paul Thomas Anderson, que tem sido amigo do ator ganhador do Oscar há 17 anos e o colocou no elenco de cincos dos seus filmes (incluindo um pequeno papel na estreia de Anderson como diretor em Jogada de Risco). O próprio Hoffman fica entusiasmado quando fala sobre seu bom amigo, que o contratou pela primeira vez em 10 anos para O Mestre.

“Nós nos conhecemos quando eu tinha 25 anos,” diz Hoffman. “Nós  conversamos bastante e rapidamente viramos amigos, e temos sido amigos desde então. Eu gosto do que ele faz: Ele fala sobre coisas grandes sem colocar o seu dedo. Ele provavelmente nem sempre tem total noção do que está falando, mas ele está disposto a ir em frente de qualquer jeito. Eu respondo a o que ele faz – Eu sempre respondi.”

O que explica em parte por que a primeira reunião profissional deles desde o filme Embriagado de Amor de 2011 é tamanho triunfo: Não somente foi criada por dois homens que são amigos há muito tempo e entendem os métodos um do outros, ela acaba por ser sobre dois homens que são amigos e que se entendem bem demais. Como Lancaster Dodd, o carismático escritor que se tornou líder de um grupo de auto-encorajamento, Hoffman colide com o igualmente carismático Freddie Quell (Joaquin Phoenix) por mais de duas horas, explorando os limites de um caso de amor platônico entre dois caras que simplesmente não conseguem fazer isso funcionar.

MIRA DO OSCAR: ‘O Mestre’

“É um filme muito corajoso, e comovente,” diz Hoffman. Quell e Dodd, ele diz “são pessoas incrivelmente dinâmicas, mas não tão agradáveis, de várias maneiras. E dois caras heterossexuais que se amam, bem desesperadamente – você não vê essa dinâmica tão extrema, tão exposta, tão vulnerável. Eu não sei se dá para ficar mais próximo ou íntimo ou vulnerável com dois homens sem que seja em outro tipo de relacionamento, o que não é.”

“O Mestre” não é exatamente fácil de assistir; não fica sempre claro onde a história está indo ou como chegou lá. Espectadores tendem a amar ou detestar o filme. Mas isso cria uma sensação profunda de caráter e relacionamentos graças às performances de Hoffman e Phoenix. Onde Quell enraivece e quebra as coisas, Dodd usa a paciência e quietude para afirmar sua autoridade.
“Eu não fiz isso para ele aparecer como o oposto do Freddie,” explica Hoffman. “Eu não era uma pessoa muito de dar pausas. Mas sim, (Dodd) ainda é um cara. Ele tem que chegar em um lugar e capturá-lo e dominar o local. Ele não pode ser uma bagunça; ele é focado. Então eu estava focando em Freddie nas nossas cenas.”
Isso significou que um certo nível de confiança tinha que ser desenvolvido entre os atores, que nunca tinham trabalhado juntos antes. Hoffman não tem nada além de elogios para Phoenix, apesar de que é fácil afirmar que trabalhar com o excêntrico ator pode ter sido exaustivo às vezes. “Joaquin e eu tínhamos uma conexão realmente boa. Ele é um ator muito agradável, incrivelmente honesto e completamente focado, o que tornou meu trabalho mais fácil. Ele é tão cheio e inventivo.”

Sobre o murmurinho inicial de que O Mestre realmente foi algum tipo de dissertação sobre a Cientologia, Hoffman insiste que esse não é o caso – e qualquer um que ainda pensa isso quando os créditos estão rolando deveria dar outra olhada. “Não é uma exposição sobre a Cientologia,” diz Hoffman. “É algo mais interessante. Essa era uma área que o Anderson estava usando para conseguir uma história maior – e isso distanciou muitas pessoas. É possível ficar bem? O que é ficar bem? Quem é bem? O que é sanidade? Você pode existir no mesmo mundo que alguém que você daquele jeito? O filme não está lá para responder essas perguntas, ele está lá para fazê-las.”

A próxima pergunta é se o “Mestre” de Hoffman vai tocar os votantes do Oscar. É a primeira vez que ele foi indicado por uma aparição em um dos filmes de Anderson (ele também apareceu em Boggie Nights – Prazer sem Limites e Magnólia), e se ele vencer ou não o prêmio de ator coadjuvante, esse fato já traz uma nova fase para essa amizade de 17 anos.
“Apenas trabalhar com ele já é um destaque,” diz Hoffman. “Eu nunca fiz um filme com ele que não foi um evento especial. Esse foi um papel muito divertido de interpretar, e eu nem sempre me divirto atuando.”

Apesar de que na maior parte do tempo ele claramente se diverte, e ele diz que o fato de que ele tem uma carreira nesse ramo é uma das maiores surpresas de todas. “É incrível que essa é a minha vida como um ator. Há vinte anos, eu nunca teria dito que essa seria minha vida. Eu não acho que qualquer um teria dito. Eu sou um homem muito sortudo.”

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