Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson e Francis Lawrence falam sobre “Em Chamas” a revista espanhola

Com a proximidade da estreia de Em Chamas nos cinemas brasileiros, a ansiedade fica à flor da pele. Com isso, também surgem diversas matérias sobre a série e várias entrevistas com o elenco e o diretor.

Em uma entrevista bem humorada, a protagonista de Jogos Vorazes, Jennifer Lawrence, fala à revista espanhola Accion Cine sobre as filmagens do segundo filme, as diferenças entre Gary Ross (diretor do primeiro filme) e Francis Lawrence (atual diretor), a cena mais difícil e a que mais gostou de fazer, além de contar quais são suas referências na profissão, como foi ganhar o Oscar no início do ano, o que ele mudou na sua vida e sobre seu novo filme com  o diretor David O. Russell, com quem trabalhou no premiado O Lado Bom da Vida.

No finalzinho, ainda há uma pequena entrevista com o diretor Francis Lawrence e com o ator Josh Hutcherson. Confira abaixo a entrevista traduzida pelo D13.

Sua fama cresceu em um ritmo alucinante. Depois da sua primeira indicação em 2011 por sua atuação inovadora no filme independente Winter’s Bone (“Inverno da Alma” no Brasil), essa loira sensual, com apenas 23 anos, mostrou a todos que atuar é a sua vocação. Depois de deixar a sua marca com o papel de Katniss Everdeen em Jogos Vorazes, ela provou que heroínas em sagas adolescentes conseguem ser um pouco menos suave do que Kristen Stewart. Com Em Chamas, Jennifer Lawrence volta a ser morena para a segunda parte deste filme de fantasia e aventura com uma mensagem profunda.

Como foi a experiência de ter um novo diretor para Jogos Vorazes: Em Chamas?
Gary Ross e Francis Lawrence são muito diferentes, mas cada um deles era perfeito para seus respectivos filmes. Francis é um visionário e é muito bom com os atores. E Gary também é, assim como tem sito muito bom com o roteiro. Eu adoro Francis, é muito divertido trabalhar com ele e ele é um grande homem. Ele é muito simpático e completamente normal. O ambiente no set foi muito bom e calmo. Você não precisa ficar nervoso com nada. A única coisa que ele faz é ficar girando o lápis, para que você saiba quando ele está estressado. Mas ele fez um trabalho maravilhoso, onde entrou neste projeto com um grande conhecimento dos livros e dos personagens. É um bom ouvinte e nós trabalhamos muito bem juntos.

O segundo filme foi mais fácil ou mais difícil de fazer do que o primeiro?
É possível que tenha sido menos complicado em alguns aspectos, mas foi mais complicado em outros. No primeiro filme, nós basicamente não tínhamos ideia do que estávamos fazendo. Sabíamos como fazer um filme, mas é estressante fazer um filme que as pessoas tem expectativas tão altas sobre ele ou que já tenham algum conhecimento sobre o mesmo. É muito impressionante. Com o segundo filme, nós temos o mesmo tipo de pressão, mas ao mesmo tempo é um alívio, porque parece que as pessoas gostaram do que fizemos, então nós podemos lhe dar um pouco mais do mesmo, mas ao mesmo tempo algo diferente. Na medida em que a atuação vai acontecendo, as coisas ficam mais fáceis, porque esta é uma personagem que eu já fiz antes, por isso você não tem precisa repetir o longo processo inicial de entendê-la. Mas ao mesmo tempo é complicado porque você quer preservar as partes as pessoas gostaram, enquanto tenta dar algo novo para elas.

Eu acho que uma das coisas que você menos gostava de filmar foi a cena em que Katniss e Peeta são atacados por macacos na praia…
Foi a pior! Nós estávamos filmando em um pântano por dias! Eu sou um pouco paranoica e Josh Hutcherson não parava de falar sobre o pé de trincheira e fungos quando estávamos no pântano. Ele dizia: “Isso é o que acontece com seus pés se você deixá-los molhados por muito tempo.”. E nós passamos 73 horas com os pés na água! Eu estava pirando. E ainda por cima, nós estávamos filmando uma cena em que havia uma luta e, de repente, algo atacou minha bunda. Todo mundo disse que foi provavelmente uma cãibra. Mas eu sei como é a sensação de quando você começa a ter uma cãibra e eu não estava ficando louca. Eu senti uma chicotada na minha bunda. Levou dez minutos para descobrirmos que a lança de Sam Claflin tinha voado e acertado minha bunda. Foi muito rápido, ninguém viu e nós não percebemos até que vimos a filmagem. Eu não sei como vou ser capaz de assistir a cena. Eu estava com tanta raiva sobre os fungos e a pancada na minha bunda.

Qual é uma das suas cenas favoritas?
Eu acho que a cena em que estava mais ansiosa para filmar foi a com Donald Sutherland, onde Katniss encontra o Presidente Snow em sua casa. Foi um momento intenso, incrível e bastante emotivo. Teria sido para qualquer ator, mas o fato de que era com Donald Sutherland fez com que fosse incrível para mim.

Que atores ou atrizes você admira? Quem você gostaria de imitar? Você tem modelos?
Eu não sei se eu chamaria de um ídolo ou um modelo, mas alguém que eu admiro, e que é uma atriz incrível, é Cate Blanchett. Acho que ela é extraordinária. E Meryl Streep também, não apenas por causa da atuação em si, mas sim porque ela é Meryl Streep e eu gostaria de viver minha vida do jeito que ela viveu dela. O jeito que ela foi embora com seus filhos, nós nunca vimos fotos de seus bebês. Eu respeito muito isso. E não é como se eu fosse assim, porque eu geralmente quero fazer toneladas de coisas. Quero produzir, quero fazer isso ou aquilo e ter um ataque cardíaco aos 25 (risos). Mas ela é apenas uma atriz e eu gosto disso.

Como o Oscar mudou sua vida?
Felizmente, não mudou minha vida. Eu nem sei onde ele está. Eu acho que pode estar em Kentucky. Isso é o que eu espero, pelo menos, porque se não, então eu não tenho ideia (risos). Eu não tenho isso.

Ele não mudou nem em um nível profissional?
Em um nível profissional, sim. Mas eu não considero isso uma parte da minha vida, é apenas o meu trabalho. Eu sou muito mais ocupada, no bom sentido. Você ganha muito mais oportunidades. Obviamente, um Oscar não é algo que pode prejudicar sua carreira. Na verdade, ele só faz coisas maravilhosas por ela. A única coisa que realmente está mudada é a minha vida pessoal, poder sair e coisas assim. É um pouco mais complicado. Mas, além disso, nada mudou.

Você está tentando ser mais cuidadosa com os projetos que você escolhe para trabalhar? O Oscar é uma grande responsabilidade…
Não. Eu acho que é perigoso tentar desempenhar um papel baseando-se em qualquer coisa, menos o seu desejo de atuar e fazer esse filme. Quando você está no set, a única motivação que você tem de estar lá é contar essa história. O que mudou é que eu percebi que quanto mais filmes você faz e mais personagens você interpreta, você pode acabar encontrando personagens que são semelhantes em um certo ponto. Pode ser que você não consiga fazer nada mais de especial. Eu posso gostar muito de um roteiro, ou de uma personagem, ou eu poderia adorar trabalhar com um determinado diretor, mas talvez eu tenha a sensação de que não há nada que eu possa trazer para o papel, ou que talvez seja redundante. Quanto mais personagens você interpreta, mais você corre o risco de ser redundante. E eu quero aprender e fazer algo novo, revelar algo novo. Apesar da minha consciência disso, o que eu falei pode parecer engraçado vindo de alguém que está em duas franquias (Jogos Vorazes e X-Men).

Fale um pouco sobre o seu trabalho em American Hustle (“Golpe Americano”). Você está de volta trabalhando com David O. Russell depois de Silver Linings Playbook (“O Lado Bom da Vida” no Brasil) …
Foi fantástico e incrível. Gostaria de trabalhar em qualquer coisa com David. Ele me lembra do porquê eu amo esse trabalho. Quando eu aceitei o papel em American Hustle, eu tinha a opção de sair de férias por três semanas ou filmar este filme. Parte de mim não queria fazer, porque eu sabia que realmente precisava tomar um fôlego, mas eu não podia deixar de trabalhar com David, então eu disse que sim. E eu percebi que foi muito melhor do que um período de férias. Ele é como adrenalina para a criatividade. Ele é como alimento para qualquer processo criativo. Apenas a maneira que ele trabalha já é uma grande experiência. Eu amo cada momento em que estou em seus sets.

FRANCIS LAWRENCE PARA JENNIFER:

O que você acha que é a chave para o sucesso de Jogos Vorazes?
Suzanne começou com uma ideia, algo que tinha peso e importância para a história, e eu acho que as pessoas podem se identificar com isso. Ao invés de ter uma ideia de um mundo e, em seguida, tentar encontrar um tema para ele. Além disso, ela construiu uma grande personagem em Katniss. Ela criou uma personagem em que acreditamos. Ela não é uma super-heroína. Ela é uma garota real. Suas decisões são baseadas na realidade, coisas que todos nós acreditamos, como proteger sua irmã e aqueles que ama, além de não querer a responsabilidade de ser parte dessa rebelião. Ela não quer ser uma heroína, e ela tem falhas muito reais. Eu acho que tudo isso faz dela um personagem universal. E, além de tudo isso, você escolhe alguém como Jennifer para o papel, você tem a combinação perfeita. Além disso, tem o resto do elenco, é claro.

JOSH HUTCHERSON PARA JENNIFER:

Eu acredito que você se dá bem com Jennifer Lawrence. Conte-nos sobre o seu relacionamento com ela…
Eu nem sei por onde começar. É tão complicado (risos). Ela é completamente insana. Temos um ótimo tempo juntos. E tem sido assim desde o primeiro momento, quando nos conhecemos. Nós dois somos de Kentucky e eu acho que isso influenciou a nossa relação. Assim que descobrimos que éramos de Kentucky, nos deu liberdade de ir enlouquecer juntos. Eu não sei por que era assim, mas foi simplesmente assim. Ao mesmo tempo, além da loucura, nós também temos uma amizade muito autêntica. Se ela precisa conversar comigo sobre qualquer coisa ou eu precisar dela, podemos contar um com o outro. É ótimo!

Seria como se vocês fossem irmãos?
Sim. Ela tem dois irmãos, e eu me sinto um pouco como parte da família.

Além disso, você parece gostar de provocá-la e fez isso muito no set do filme…
Eu amo assustá-la e fazê-la nervosa, porque a forma como ela reage é tão engraçada.

E você fez ela acreditar que em uma de suas cenas, que foi filmada em um pântano, ela ia pegar alguma coisa nos pés…
Ela estava pirando. Ela não parava de me perguntar: “Será que vou pegar alguma coisa? Como estão os meus pés?”. Eu amo provocá-la dessa maneira. E eu gosto de fazer isso especificamente com ela, não com pessoas em geral (risos).

Confira a entrevista em inglês aqui e não deixe de acompanhar o D13 para mais novidades.


Publicado

em

,

por