O mundo parece perfeito: a expectativa de vida é altíssima, as crianças nascem perfeitas, os casais são felizes e todos estão satisfeitos com seus empregos. Em meio a isso tudo, há um (grande) problema: não há liberdade de escolha.
Pois é, no mundo de Destino as pessoas levam vidas confortáveis, porém, é tudo escolha da Sociedade, como é chamado o governo. A Sociedade controla toda a sua vida: onde você mora, o que você come, onde você trabalha, como você se diverte, com que você se casa, quando você morre, etc.
A protagonista do livro é Cassia, uma menina que acha tudo perfeito e confia fielmente em tudo o que a Sociedade faz e escolhe para a sua vida. Como ela acabou de completar 17 anos e escolheu se casar, ela irá ao Banquete de Pares, uma cerimônia na qual todos os adolescentes de 17 anos (e somente dessa idade) descobrem quem a Sociedade escolheu para ser seu par, que se baseia na compatibilidade de gostos das pessoas e tudo mais.
E é em seu Banquete de Pares que Cassia percebe que o mundo em que vive pode não ser tão perfeito assim, que talvez as escolhas da Sociedade nem sempre estejam certas. É que, na vez da garota, a tela que mostraria seu par mostra Xander, seu melhor amigo, como o escolhido, se apaga, acende novamente com o rosto de outro garoto, Ky, e se apaga novamente.
Com isso, Cassia é alertada pelos Funcionários, como são chamados os que trabalham para o governo, que houve um erro e que seu par era realmente Xander. Cassia, porém, não aceita tão bem e a história vai se desenrolando com os questionamentos da garota.
Eu adoro Destino (é até uma das minhas séries preferidas), mas tenho que deixar claro que você não vai encontrar algo parecido com Jogos Vorazes. A única semelhança entre os dois é que eles são livros distópicos, somente. E até mesmo no fato de serem distopias eles se distanciam. É que “Destino” segue um caminho contrário de Jogos Vorazes; enquanto o segundo tem a crítica à sociedade mais destaca do que o romance, o primeiro tem foco maior no triângulo amoroso.
Mas não desista do livro por isso, ele é bem legal, sim. Só não é para o público que lê Jogos Vorazes mais pela ação, é para quem gosta de distopia e romance também. Destino é uma “distopia light”, pode se dizer.
Um elemento muito interessante no livro é a “Seleção dos 100”. Quando a Sociedade se formou, eles resolveram selecionar (e editar o que fosse necessário nos escolhidos) cem exemplares de cada coisa para que a população não recebesse influências revolucionárias. Com isso, os Cidadãos tem acesso à apenas cem músicas, cem livros, cem poemas, cem obras de arte, etc.
Eu achei isso uma sacada muito legal porque além de ser uma referência à Fahrenheit 451, onde queimavam os livros por serem perigosos e alienavam a população, se encaixa muito bem na história já que outro fator que faz Cassia se questionar são os poemas banidos que seu avô lhe dá antes de morrer. A poesia, aliás, é muito importante na história, mas como vocês não querem spoiler da continuação, não posso falar mais sobre.
Um defeito do livro é o fato de ele ser lento. A história demora muito a se desenrolar e o livro acaba bem quando as coisas estão ficando agitadas. Para mim, isso é meio que justificado pela quantidade de informação que a autora tem que apresentar, mas, se você se incomodar com isso, fique tranquilo porque a continuação é mais dinâmica.
Destino já tem uma continuação lançada no Brasil, Travessia, e o terceiro livro, Reached, será lançado nos Estados Unidos em novembro e é provável que saia aqui em meados do ano que vem, assim como os livros anteriores.
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