A reportagem mensal de novembro do D13 traz um texto publicado no site do jornal New York Times, em abril deste ano. Ele apresenta um perfil daquelas que seriam as mães Jogos Vorazes. Ao contrário do que vocês possam estar imaginando, não se trata de mães que gostam da série ou que convivem com filhos que são fãs. O texto mostra como se comportam mulheres que preparam seus filhos para participar e vencer os Jogos Vorazes. No caso, esses jogos seriam a vida real e as etapas diferentes que devem ser enfrentadas por eles, como a batalha para se entrar em uma boa escola. Estamos falando, portanto, das mães que buscam o sucesso de seus filhos.
O texto é interessante, especialmente para se perceber que algumas das ideias presentes nos livros da série de Suzanne Collins podem estar mais próximas de nós, até mesmo dentro de nossas próprias casas, do que pensamos.
O texto original pode ser conferido aqui. A tradução você confere abaixo.
A educação em Jogos Vorazes
Por Bruce Handy | Publicado em 14 de abril de 2012
DISCIPLINA: Como garantir que seu filho chegue ao Carnegie Hall, ou morra honrosamente tentando? A mãe de Jogos Vorazes não insiste em 5 horas diárias de ensaio de violino, ela garante isso. A criança aprende que desviar de seu objetivo – ou abaixar seu instrumento, mesmo que só por um momento – pode ter consequências drásticas.
REFEIÇÕES: Nunca é dado nada de valor neste mundo, só tirado, então porque seria diferente na hora das refeições? A mãe de Jogos Vorazes sabe que nada alimenta melhor o instinto competitivo do que a necessidade por sustento. E ao vencedor pertence o jantar! Mas nada de McDonald’s ou pizza: o que importa é a derrota de um competidor mais fraco.
VIDA SOCIAL: Enquanto alguns pais veem as amizades de seus filhos como “saudáveis”, as mães de Jogos Vorazes veem afeição como uma fraqueza, uma potencial distração fatal, uma pela qual seus filhos poderiam pagar um preço alto: a matrícula em uma escola segura.
ESCOLA: A batalha para entrar em uma boa escola tornou-se uma competição impiedosa na América do século 21. Então, quando se trata de seus filhos estarem à frente – inclusive de seus colegas – as mães de Jogos Vorazes insistem em três pontos: estudo, sim, mas também discrição e pontaria firme. Que as notas estejam sempre a seu favor.
PUNIÇÃO: O que não destrói nossas crianças somente as torna mais fortes. O que destrói nossas crianças… bem, elas deveriam ter dado mais importância ao problema antes de responderem errado às questões 8 e 13 na prova de matemática. Mas as mães dos Jogos Vorazes saúdam seu sacrifício!
O best – seller de Amy Chua, Grito de Guerra da Mãe – Tigre (The Battle Hymn of the Tiger Mother)alardeia os benefícios de criar os filhos sob o rigor draconiano em moda na China (ou supostamente em moda). De Pamela Druckerman, Bringing Up Bébé: One American Mother Discovers the Wisdom of French Parenting (Criando um Bebe: Uma Mãe Americana Descobre a Sabedoria da Educação Francesa, ainda sem tradução oficial) trouxe uma abordagem mais leve e casual ao tema. Mas cada método tem algo a oferecer! Assim, crueldade e indiferença se combinam perfeitamente para dar o efeito da filosofia das mães de Jogos Vorazes. Quem melhor para ajudar os pais a navegar pela brutal e futurística distopia que é a infância atualmente? Uma cartilha, sobretudo.
E agora queremos saber: a mãe de vocês é uma mãe Jogos Vorazes?
Comentários
2 respostas para “[Reportagem] A educação em Jogos Vorazes”
Ótima reportagem! hahahaha
A minha é quase uma mãe Jogos Vorazes.
Oi,eu também adorei a reportagem…Mais você pode me explicar porque não entendi direito?